
O Painel de Resíduos Sólidos, lançado esta semana pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), revelou dados preocupantes no que diz respeito à reciclagem do lixo seco – menos de 1% dele é reaproveitado no Estado. Mas existem atitudes que podem fazer com que esse percentual aumente de forma considerável.
Em Pinheiros, por exemplo, mais de 20% do lixo seco é reaproveitado, sendo o líder no Espírito Santo. E, segundo o secretário municipal de Obras e Urbanismo, Jailson Fernandes, tudo começa com muita organização.
“Aqui em Pinheiros temos um cronograma de coleta de lixo que é muito bem organizado. A coleta é dividida entre lixo seco, úmido, lixo de banheiro, óleo vegetal, além de entulho e galhadas”, explicou.
“Esse cronograma é informado no site da prefeitura, redes sociais, panfletos e também enviamos para o WhatsApp de quem pede”, acrescentou Jailson, destacando que o cronograma para os primeiros meses de 2026 já está pronto. “Trabalhamos com essa antecedência para que os moradores consigam se organizar”, pontuou.
Coleta
A coleta no município é feita pela Associação de Catadores de Pinheiros (Ascap). A associação mantém um contrato com a prefeitura e recebe pela coleta dos resíduos sólidos.
“Nós somos os responsáveis por pegar o lixo na casa dos moradores e levar até a usina onde é feita a separação dos materiais. Vendemos o lixo seco que pode ser reciclado e também reaproveitamos parte do lixo úmido. O que não pode ser reaproveitado, a prefeitura leva para o aterro sanitário”, disse o sócio-fundador e presidente da Ascap, Giliardi Santos Meira.
O recurso proveniente dos materiais que são vendidos pela Associação, incluindo sabão ecológico e adubo orgânico, é dividido. Parte vai para os associados e outra parte é reinvestida para melhorar a estrutura da Ascap – o próximo passo, segundo o presidente, é a compra de uma máquina para beneficiamento do composto úmido.
Desafios
Quando o assunto é o reaproveitamento do lixo, tanto o secretário quanto o representante da Associação são claros em dizer que o principal desafio é fazer com que a população entenda a importância e necessidade de separar corretamente os resíduos.
“Apesar da organização que tentamos manter, ainda há certa dificuldade com a população. Tem gente que ainda não se preocupa com a destinação correta do lixo. Tem também novos moradores que chegam sem conhecer o sistema de coleta da cidade e acaba por não fazer a separação do lixo, mas aos poucos vamos tentando melhorar essa situação”, disse o secretário.
“Outro dia me perguntaram qual era o nosso maior desafio e, sem dúvida, é conscientizar a população. Nós já avançamos bastante, mas ainda falta muita gente. E não é falta de empenho, sabe? Nós recebemos visitas de escolas, vamos em empresas, estamos nas redes sociais explicando como fazer a separação do lixo de forma correta, mas, infelizmente, ainda tem gente que não liga pra isso”, acrescentou o presidente da Ascap.
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